VERSOS EM DIÁSPORAS
Fugindo de
guerras ou da pobreza
Com medo de
morrer, de ser presa
Ao passar
escondida numa fronteira
É quem enfrenta
cercas e muros
Ou a criança que
morreu afogada
Quando tentou
atravessar o mar
Junto com a
família inteira
O poema é um
imigrante ilegal
Fugindo para não
ser deportado
Tentando
recomeçar a vida
Numa hostil
terra estrangeira
É alguém em
trabalho escravo
Enganado por
falsas promessas
Ou quem sofre
com a intolerância
De uma sociedade
em cegueira
Nós somos versos
em diásporas
Refugiados pelo
mundo afora
Sobrevivendo e
se encontrando
Cada qual a sua
maneira
Mas a maioria se
esquece
Que todas as palavras
já migraram
Nem que seja em
suas origens
E de imigrantes
são herdeiras
Geraldo
Ramiere
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