Quintana me ensinou
A não datar meus poemas
Se ainda os assino
É por pura vaidade
Há poesias que tardam
Meses, às vezes anos
Para serem escritas
Outras nunca são conclusas
Continuando incompletas
Dentro do coração de poeta
E o que escrevo não é nada
Comparado ao que nunca escrevi
Versos que surgem em mim
Rarefeitos, e depois desaparecem
Mais rápido do que a mão
Poderia acompanhar
A poesia é o que permanece
E também tudo que se esvai
Evidente e secreta
Brincando entre dedos
Geraldo Ramiere
A não datar meus poemas
Se ainda os assino
É por pura vaidade
Há poesias que tardam
Meses, às vezes anos
Para serem escritas
Outras nunca são conclusas
Continuando incompletas
Dentro do coração de poeta
E o que escrevo não é nada
Comparado ao que nunca escrevi
Versos que surgem em mim
Rarefeitos, e depois desaparecem
Mais rápido do que a mão
Poderia acompanhar
A poesia é o que permanece
E também tudo que se esvai
Evidente e secreta
Brincando entre dedos
Geraldo Ramiere
IMAGEM: Ilustração de Jonathan Wolstenholme
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