segunda-feira, 31 de agosto de 2020

FLUIDEZ

Se for pra cair
Que seja queda
De cachoeira
Meu corpo d’água
Na nascente de si
Brota, gota a gota
Que infindável forma
Mais uma poça ínfima
Deste planeta azul
E ao fluir lentamente
Margeia em seu leito
Suas próprias correntezas
Percorrendo meandros
Expandindo profundidades
Até às vezes transbordar
No desespero de enchente
Após certas tempestades
Que depois das lágrimas
Derramadas em demasia
Volta a seguir seu curso
Livre e liquidamente
Se for pra morrer
Que seja feito rio
Desaguando no mar
Geraldo Ramiere

IMAGEM: pintura de Mari José Gaztelumendi



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