terça-feira, 26 de maio de 2020

PROMETEU

Das promessas que se apagavam
Antes mesmo de acender
Dos fogos que mal iluminavam
E não conseguiam lhe aquecer
Cansou-se, como quem se cansa
Dessas histórias sem finais
E foi-se pela rua que chama
Arder em seus próprios sinais

O amarelo que da boca flama
No vermelho é a cor rente
De mais um solitário artista
Com brilho queimado em instantes
Num mundo que pira todo dia
E adeuses fazem-lhe se sentir
Um pouco Hefestos
Outro pouco Prometeu

Sob as luzes das madrugadas
Ofuscadas pelo seu incendiar
Dormia, sem saber que a cidade
É ave que vive a lhe devorar
Mas amanhã haverá outro palco
Que o trânsito irá montar
Para alguém que tanto ilumina
Porém, seu próprio nome esqueceu

Geraldo Ramiere


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