sexta-feira, 29 de maio de 2020

MINHA ESCRITA É SACRIFÍCIO

Não escrevo por exibição ou deleite. Nem por mera vaidade. Minha escrita é sacrifício. Dos sentimentos e palavras faço oferendas. Derramo seus sangues sobre a terra faminta das minhas tormentas para sacia-la e em meu fogo queimo-as até às cinzas para acalmar o que me devora. Na inspiração de seus odores entro em transe. Assim escrevo versos. Assim escrevo histórias. Escrevo por consequência. Escrevo porque assim sobrevivo. A literatura é meu ritual de sobrevivência. Sei porém que quando palavras e sentimentos já não bastarem, quando a voragem não puder ser mais contida, serei meu próprio sacrifício. Ao menos dessa forma, finalmente estarei livro. Geraldo Ramiere




IMAGEM: pintura de Vladimir Kush


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