É onde se escondem os sonhos
Quando não querem ser mais reais
É para aonde vai o tempo
Quando se torna velho demais
É onde descansam medos infantis
Que à noite não conseguiam dormir
Onde palavras de línguas diferentes
Se amam sem temer ninguém
São os céus subterrâneos
Nas alturas profundas do olhar
São os céus subterrâneos
Bem debaixo das nossas mãos
É onde se refugiam os sentimentos
Que foram expulsos do seu país
Onde se abrigam desejos indesejados
Por não serem o que se quis
É para onde vão as lágrimas frágeis
E os sorrisos de outra cor
É onde mora o esquecimento
E donde os devaneios vem em vendavais
E são tantos céus subterrâneos
Adentro de nós
Nossos céus subterrâneos
Querem e irão se encontrar
Geraldo Ramiere
IMAGEM: Céu de Planaltina-DF visto por outro ângulo (Morro do Centenário/ Pedra Fundamental)
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