AGOSTO NA GARGANTA
Queimarei versos na primavera
Feito o sol com as flores do cerrado
E a tristeza incendiária que desmata
Com guimbas de olhos sempre acessos
Feito o sol com as flores do cerrado
E a tristeza incendiária que desmata
Com guimbas de olhos sempre acessos
Queimarei versos na primavera
Devastando estrofes e rimas
E depois invadirei os terrenos
Deixados pelas páginas acinzentadas
Devastando estrofes e rimas
E depois invadirei os terrenos
Deixados pelas páginas acinzentadas
Queimarei versos na primavera
Para que nunca esqueçamos
Nunca nos esqueçamos de agosto
Com nossas retinas, línguas, peles
Vozes, desejos e lamentações
Estejamos sempre em agosto
Secos, retorcidos e fortes
Reflorescendo sem estação
Mesmo que o tempo nos seduza
Com suas enganações de chuva
Para que nunca esqueçamos
Nunca nos esqueçamos de agosto
Com nossas retinas, línguas, peles
Vozes, desejos e lamentações
Estejamos sempre em agosto
Secos, retorcidos e fortes
Reflorescendo sem estação
Mesmo que o tempo nos seduza
Com suas enganações de chuva
Queimarei versos na primavera
E com rimas inacabadas
Semearei flores nas nuvens
Ainda grávidas de tempestades
E com rimas inacabadas
Semearei flores nas nuvens
Ainda grávidas de tempestades
Geraldo Ramiere
* poema escrito em 2012, tipicamente brasiliense.
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