CIDADE AUSÊNCIA
A cidade habita em meu peito
Nos pés fatigados e poemas
Nas minhas pálpebras de ressaca
E olhos iluminados pela insônia
Nesta manhã, nas tardes precoces
Noites pelos cigarros acesas
Em cada parede deste apartamento
Dentro daquela velha pintura
E em tudo aquilo que me falta
Planaltina é a Cidade Ausência
Que levo pelas ruas e ruínas
Que escrevo entre os becos
Que mastigo nas madrugadas
Que se embriaga comigo
E me ajuda a subir escadas
Dormindo em minha cama
Para depois pular da janela
Sobre segredos e telhados
Geraldo Ramiere (do livro Desencantares Para O Esquecimento, página 43, editora Viseu).
IMAGEM: foto de uma noite enluarada na Praça do Museu em Planaltina DF. Fonte: Portal Cerratense (http://cerratense.com.br/)
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