segunda-feira, 15 de junho de 2020

BORBOLETAS NA ESCURIDÃO


ARTE: pintura de Cristian Schloe

A luz apagou quando voltava pra casa sozinha. Comércio fechado. Rua deserta. A única saída era continuar andando. Pouco depois ouviu passos rápidos. Olhou para trás. Só conseguia vê que era alguém alto. Na dúvida, pegou o canivete dentro da bolsa. Os passos aceleraram em sua direção. Suor frio no calor da noite escura. Teve coragem para olhar novamente. Agora enxergava melhor. O coração enfim se acalmou. “Nossa, que alívio, outra mulher!”. Quase gritaram ao mesmo tempo. A travesti segurava uma lâmina também. Prosseguiram juntas, de braços dados. Descobriram que eram vizinhas.

Por Geraldo Ramiere




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tradutor