Muro-me, e desço
Num pedaço o endereço
Desconheço é a direção
Deste lado desapareço
Do outro, um recomeço
Mereço toda atenção
À meia-noite de algum meio-dia
Há meia hora de qualquer estação
Meio tonto, meio sem meios
No meio-fio da contramão
Pelo caminho tons e termos
Luz, lua, idade e irmão
Volto, e volta e meia
Na tua meia-taça bebo a ilusão
Perto de toda partida
E da próxima improvisação
No aperto do teu pertencimento
Metros e meio de solidão
Com metade da meta me meto
Neste mato seco ou num mata leão
Com a outra arremates cometo
Maria Madalena com pedras na mão
Parto-me, e esqueço
No encalço do que ofereço
Preço pago em prestação
De um lado padeço
Do outro amanheço
Onde passo permeio o coração
Geraldo Ramiere
IMAGEM: Arte de M. C. Escher.
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