IMAGEM: pintura Músicos de Rua, do artista plástico português Rui Carruço.
Enquanto tocava, permanecia olhando para o chapéu quase vazio no chão. Mesmo com a música e o barulho dos passantes, conseguia ouvir o tilintar das poucas moedas ofertadas. De repente viu o silencioso gesto de alguém depositando algo. Uma nota. Não era alta, mas era a primeira daquela tarde. Mesmo se fosse a única do dia, já se sentia reconhecido de algum modo. Levantou o rosto e com um sorriso agradeceu ao pagante, sem parar de tocar. E aquele mendigo lhe respondeu com um outro mais largo ainda.
Por Geraldo Ramiere
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