IMAGEM: arte de Anja Stiegler
Quando a barragem se rompeu, ela era a única que não estava na casa em que moravam. Onde antes ficava, agora havia somente lama. Mesmo sendo proibido, voltou lá sozinha outra vez. Passado mais de um mês, toda a família continuava desaparecida. Ao vasculhar os escombros, começou a chorar. Olhando para baixo, percebeu suas lágrimas sobre algo parecendo vidro. Um porta-retratos. Naquela foto a lembrança de todos. Apertou-a contra o peito. Sobreviveria por mais um dia.
Por Geraldo Ramiere
Nenhum comentário:
Postar um comentário