sexta-feira, 12 de junho de 2020

PELA PELE


PELA PELE 


Desses latifúndios de prazeres
Cercados por farpadas epidermes
Invadamos juntos e sem medo
Suas devolutas intenções

Pele a pele, pêlo a pêlo
Descobrindo vontades sob o degelo
Pela pele, pelos poros
O que não se consegue apagar

Quero quereres líquidos e vários
Quero-lhes livres, quero-lhes vastos
Simples, complexos, breves, itinerários
E se eu quiser, chamarei isso de amor

Quero o que queres, e se me quiseres
Tudo que quisermos será normal
Pois nosso desejo é desejo de desejo
Sem raça, gênero, número ou grau

Geraldo Ramiere

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